(Trechos de Diario de una ninfómana de Valérie Tasso)
Cada um escolhe seus caminhos para transcender a matéria. Dos pensamentos, mantras, meditações às opções químicas ou físicas, naturais, entorpecentes ou não. Essa busca pelo além é parte constante da nossa existência. Romper com os limites exige concentração, esforço e nos enriquece com as experiências do novo.
A morte e o orgasmo são, para mim, belos exemplos naturais do rompimento com os limites. Nós somos mais que carne e ossos.
A carne sente em si o choque mais profundo com esse rompimento vicioso. Nunca morri, nem cheguei perto disso. Também não penso em provocar essa situação... seguramente não teria chance de voltar atrás ou experimentar tudo outra vez, mas percebo no orgasmo e no meu olhar para a existência que o que está além desse limite da matéria é sublime, desconcertante e não merece o limite das nomeclaturas padrões.
"... compreendi que as pessoas tem a necessidade de colocar nome nas coisas, de simplificar-las com palavras, pensando assim, equivocadamente, que as podem compreender. Em, em troca, me propuz a comunicar cada vez menos com as palavras, e mais com o corpo."
Sentir, esse tem sido meu verbo padrão. Sentir com a pele e com a carne o que está no nosso limite material e sentir com nossa essência pura o que transcende tudo isso que nos ensinaram a nomear.
Nenhum comentário:
Postar um comentário